Muitos podem se perguntar porque morar no centro de São Paulo seria algo interessante. Neste texto vamos explorar as diversas respostas possíveis.
O centro de São Paulo era, até o início dos anos 60, o principal núcleo de negócios da cidade. Ali é onde estavam instaladas as sedes de grandes empresas, bancos, além do comércio de rua.
Aliás, na época essa era a única opção, uma vez que não existiam os Shoppings Centers. O primeiro shopping da cidade, o Iguatemi, foi inaugurado apenas em 1966, por isso a importância comercial do centro.
Os mais renomados restaurantes também estavam concentrados no Centro de São Paulo. Além disso, os paulistanos frequentavam a região para trabalhar, se entreter e também fazer suas compras. Era, por isso, um ponto vital no cenário urbano.
Mudanças na paisagem central
A partir da segunda metade da década de 60, porém, a cidade começou a mudar. A primeira onda de abandono do centro ocorreu com a construção de prédios comerciais e residenciais na região da Av. Paulista. Dessa forma, o centro começou a ser esvaziado.
Grandes empresas e instituições acabaram se transferindo para esse local, que oferecia construções mais modernas. Assim, o centro financeiro tornou-se a Paulista e, desse modo, os paulistanos passaram a estar menos presentes no centro.
Em seguida, as famílias passaram a se mudar para os bairros mais modernos nas zonas Sul e Oeste da cidade. São bairros como os Jardins – América, Paulista e Europa -, Pinheiros, Morumbi e outros.
Dessa forma, o centro da capital acabou se esvaziando cada vez mais. Com o tempo, morar no centro passou a ser visto como impraticável. O local se tornou uma área parcialmente degradada, o que se estendeu dos anos 70 até os anos 2000.
A situação tornou-se tão insustentável que virou assunto de seguidas eleições municipais e plataforma de políticos. Este, inclusive, até hoje buscam colocar no currículo o resgate do centro, uma vez que é palanque valioso.
Revitalização – por que morar no centro hoje?
A Prefeitura de São Paulo se empenhou em criar uma série de projetos de revitalização do centro; alguns resultados já podem ser vistos. É notável que as coisas têm mudado para melhor, apesar de ainda existirem inúmeros edifícios em mau estado. Além disso, claro, há um problema muito sério em relação às drogas na região central.
De qualquer maneira, vemos um movimento, de retomada da região. Isso parte principalmente da população jovem de classe média, que tem procurado imóveis para residir nessa região.
Assim sendo, várias incorporadoras, percebendo esse movimento, lançaram um grande número de imóveis na região. Aproveitando-se dos preços baixos dos terrenos e também de recentes mudanças que dão apoio a grandes reformas de prédios antigos para novos usos (o chamado Retrofit), começou um boom de novos empreendimentos imobiliários.
Esse público jovem tem influenciado no comércio local, e em geral é quem mais se interessa por morar no centro. Em decorrência disso, podemos observar a abertura de baladas, bares, restaurantes e espaços culturais ali. Assim sendo, esses empreendimentos têm dado um certo dinamismo à região.
A visão e o esforço de comerciantes têm revitalizado vários locais que estavam abandonados. Assim, hoje há locais que se tornaram espaços modernos de lazer e entretenimento.
Um notável exemplo de revitalização foi o ocorrido na Rua Avanhandava, onde o empresário Walter Mancini, dono do restaurante Família Mancini, com capital próprio e sem qualquer subsídio governamental restaurou completamente a rua. Desse modo, o local se tornou um point central de gastronomia e lazer.
Morando no centro – mobilidade e transporte
A mobilidade é um dos grandes trunfos para quem for morar no Centro de São Paulo, uma vez que a região goza de uma localização privilegiada. É só reparar que o centro é servido por uma série de linhas de metrô como a linha azul, vermelha e amarela e com várias estações muito bem situadas como a Sé, Anhangabaú, República e Consolação. Esse tipo de facilidade, portanto, amplifica as buscas pelo local.
Na região do centro ainda temos o mais importante terminal de ônibus da cidade de São Paulo, o Parque Dom Pedro II. Ali existem mais de 70 linhas de ônibus que atendem absolutamente todas as regiões da cidade.
Porque morar no centro – opções culturais
Para quem gosta de atividades culturais o Centro está ao lado de bairros tradicionais e interessantes para se visitar como a Liberdade, o Brás, o Centro Cultural do Banco do Brasil, o Theatro Municipal, a Pinacoteca do Estado, o Museu de Arte Sacra e vários outros pontos de interesse.
A região central está repleta de opções de lazer e cultura como feiras, museus, espaços culturais, além de festas tradicionais como a de Nossa Senhora da Achiropita, no Bairro do Bixiga, que ocorre no mês de agosto.
Para que gosta de viver no centro existem inúmeras opções de moradia, desde empreendimentos recém construídos até os verdadeiros ícones da cidade como o Edificio Copan, Edifício Saint Honoré, Edifício Germaine Burchar e outros.
Muitos desses prédios passaram por grandes reformas e melhorias e seus antigos apartamentos foram modernizados, oferecendo espaços enormes a preços mais convidativos que regiões mais novas.
Um dos grandes exemplos da arquitetura na região é o Prédio Martinelli, que foi o primeiro arranha-céu da cidade com seus 100 metros de altura, concluído em 1929. Após anos de abandono ele foi desapropriado pela Prefeitura em 1975, sofrendo profundas reformas e hoje é sede de várias repartições municipais.
Outro ícone é o Edifício Itália, o segundo prédio mais alto da cidade. Em seu restaurante no 46º andar podemos desfrutar de uma vista panorâmica da cidade e ainda apreciar a boa comida italiana.
Não poderíamos deixar de falar sobre uma das obras primas de Oscar Niemeyer e um dos símbolos da arquitetura moderna brasileira, o Edifício Copan com suas linhas curvas e seus 1160 apartamentos distribuídos em seus 32 andares.
Porque morar no centro – opções gastronômicas
Morar no centro de São Paulo significa estar também em reduto de tradicionais restaurantes com décadas de existência e outros mais recentes de grande sucesso. Confira abaixo exemplos de gastronomia de todo tipo acessíveis para que for morar no centro:
La Casserole
Fundado a mais de 60 anos pelo casal francês Roger Henry e Fortunée, o La Casserole fica no Largo do Arouche mesmo em frente do mercado de flores. É um dos bistrôs mais famosos da cidade com verdadeiros clássicos da cozinha francesa e também contemporânea.
Acrópoles
O Acrópoles inaugurado em 1959 é um restaurante grego de grande tradição que fica no bairro do Bom Retiro. Com um ambiente simples, ele serve verdadeiras iguarias gregas como o moussaka, ensopado de polvo, carneiro assado e outras delícias.
Esther Rooftop
O Esther Rooftop está instalado em um prédio modernista projetado pelo arquiteto paulistano Álvaro Vital Brasil e inaugurado em 1938. O restaurante foi aberto em 2016 pelo chef e apresentador de TV Olivier Anquier. A casa serve comida francesa, mas com influência oriental.
Terraço Itália
O conhecido internacionalmente restaurante do Terraço Itália é uma parada obrigatória para quem aprecia uma boa comida italiana. A vista panorâmica do local é uma coisa simplesmente deslumbrante, e por isso mais um atrativo.
Carlino
O Carlino Ristorante é o mais antigo restaurante da cidade de São Paulo, inaugurado em 1881. A comida italiana está ali muito bem representada, por isso você pode apreciar um rico polpettone de picanha recheado com mussarela ou um tortelloni di bufala ai funghi freschi.
Bar Léo
No Bar Léo, inaugurado em 1940 por um casal de alemães encontramos um dos melhores chopes da capital acompanhados de canapés de pão preto complementados com linguiça ou queijo. A comida alemã está presente como o chucrute, joelho de porco ou ainda rabada, virado, etc…
Tasca do Arouche
O Tasca do Arouche fica localizado no térreo do San Michel Hotel. Um restaurante que serve comida portuguesa como o famoso Bacalhau em Crosta de Broa, Arroz de frutos do mar e outros
Bar da Dona Onça
O Bar da Dona Onça, localizado no térreo do conhecido Edifício Copan, foi inaugurado em 2008. O famoso restaurante A Casa do Porco, aliás, é dos mesmos donos. Serve cozinha brasileira em um local agradável para beber e beliscar seus maravilhosos acompanhamentos.
Ponto Chic
O restaurante Ponto Chic no Largo do Arouche, foi o ponto de encontro de famosos durante a Semana de Arte Moderna de 22 já que ele foi inaugurado exatamente nesse ano. Lá encontramos o verdadeiro sanduíche Bauru.
Ao Guanabara
Fundado em 1910 na Rua Boa Vista e hoje na esquina da Avenida São João com a Praça do Correio, o Ao Guanabara era frequentado pelas ilustres personalidades paulistanas da época. Suas especialidades são a cozinha brasileira e alemã incluindo um delicioso filé à parmegiana e ainda uma espetacular coxinha-creme de frango.
A Casa do Porco
Inaugurado em 2015, o restaurante A Casa do Porco foi o único restaurante brasileiro em 2021 a ser classificado no tradicional ranking de melhores restaurantes do mundo feito pela revista britânica “Restaurant” – ficou em 17º lugar na lista “The World’s 50 Best Restaurants 2021”.
Como o nome já diz, é um restaurante especializado em carne suína e seu proprietário cria e abate os animais em sua própria fazenda em São José do Rio Pardo, no interior do Estado de São Paulo.
Fel
O Fel é um bar de drinks localizado no térreo do Edifício Copan. Ele possui um ambiente intimista e procura resgatar antigos coquetéis que dificilmente podemos encontrar em outros bares da cidade. É, portanto, um local com muito charme, boa música e que deve ser visitado para apreciar coquetéis preparados por uma equipe feminina de barmaids excelentes.